Você pesquisa e estuda algo que você não vai utilizar? Não que seja algo inútil, mas que claramente não faz parte do seu leque de opções quando está montando uma rotina, por exemplo. Muitas vezes, pode ser algo alheio ao universo do ilusionismo, até porque, o conteúdo que compõe uma mágica vai muito além da ‘mágica’, mas a questão é: você consome e estuda coisas diferentes?

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Temos uma estranha maneira de viver a vida sempre no automático. Digo ‘estranha’, pois, mesmo esta sendo a maneira mais comum de viver, ainda me indago sobre como deixamos o modo de vida ser tão quadrado assim. Fazer o que se faz, estudar o que já se estuda, pode ser algo novo, mas segue a mesma linha sempre. Isso torna nossas criações muito estáticas e parecidas. É necessário, ou ao menos aconselhável, que você seja como uma esponja, absorva tudo que for possível.

A nossa mágica vai muito além das técnicas e efeitos, o artista reflete seus conhecimentos e experiências enquanto performa uma rotina. Daí então, a necessidade de conhecer cada vez mais coisas e experimentar a diversidade de opções culturais que existem. Mesmo que o seu estilo seja algo “rockeiro” às vezes ouvindo outras músicas você pode encontrar uma nova maneira de pensar o ritmo de um determinado efeito. Assistindo filmes que fujam do padrão que você já conhece e está acostumado, talvez encontre uma nova estética que possa ser incorporada ao seu espetáculo.

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As opções são infinitas, e isso cabe em todas as artes, na mágica isso é ainda mais evidente. Mesmo que você seja um manipulador, entender os conceitos da cartomagia pode te favorecer muito. Um exemplo, há alguns dias eu estava estudando o Stay Stack, do J. Russell Duck, utilizando o Faro Shuffle, é possível realizar um verdadeiro milagre com essa combinação. Agora, me pergunta se eu vou usar isso? Provavelmente nunca. Contudo, entender esse stack e descobrir novas possibilidades dentro do Faro, me fez pensar em outros efeitos que são possíveis com os princípios que aprendi neste estudo.

Às vezes, a rotina nos faz pensar “por qual motivo eu vou estudar manipulação de bolas se eu só uso baralho?” Bom, assim como conhecimento e cultura sempre são bem-vindos, conhecer o máximo possível de técnicas pode abrir cada vez mais o seu horizonte.

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Não confunda conhecer essas técnicas e teorias, com “tentar abraçar o mundo”. É importante ter um foco na mágica que se faz. Se você é mentalista, é evidente que seu maior tempo de estudo deve ser voltado para está área. A dica é, não use “antolhos artísticos”, perceba o mundo para além daquilo que você consome. Existe muita coisa boa, conhecer apenas algumas, é perder o melhor da experiência que é a vida.
-João Victor Biolchi