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Valorização da mágica nacional

Valorização da mágica nacional
03 de Novembro de 2021   |  

No último domingo, dia 31 de outubro de 2021, completou 95 anos da morte de Harry Houdini. Muito provavelmente você viu algo sobre esse assunto, já que Houdini foi o maior mágico da história. Isso se deve ao fato de que, além de mágico, Houdini sabia se valorizar e se vender com um marketing espetacular. Já que falar sobre isso poderia se tornar redundante, vamos trazer uma outra visão que tange a valorização, mas nesse caso, a NOSSA valorização.


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É evidente que apreciamos a mágica internacional com muito afinco, contudo, será que fazemos o mesmo com a mágica nacional? É uma pergunta complicada e talvez cada mágico brasileiro tenha sua resposta interna, mas na grande maioria das vezes, apreciamos apenas o que está longe, sem olhar para os grandes artistas que temos no Brasil. E quando eu falo “grandes artistas”, estou falando grandes mesmo! Nosso país é tão rico, que deixar isso em segundo plano deveria ser um absurdo.



No aniversário da morte de Harry Houdini, tive o prazer de assistir o especial de Halloween do Ben Ludmer, mágico profissional conhecido por grande parte dos ilusionistas brasileiros. O show foi algo único e especial, a maneira como o Ben se comporta no palco, emana uma energia sem igual. Com efeitos espetaculares, e uma originalidade que só ele consegue, Ludmer cria uma atmosfera que junta mágica e comédia, extraindo, literalmente até a última gota, tudo o que é possível para transformar aquele breve período de tempo em algo verdadeiramente inesquecível. 



Assim como o Ben, existem vários outros artistas ótimos espalhados pelo Brasil, como Everton Machado, Juan Araujo, Alejandro Muniz, Daniel Prado, Bernardo Sedlacek, Fernando Ás, Rapha Santacriz etc. É injusto citar nomes, pois com toda certeza vão faltar vários artistas, mas utilizei apenas alguns exemplos entre mágicos ativos, profissionais e amadores, que se apresentam, são criadores de efeitos e técnicas, teóricos e muito mais. Não é de hoje que temos grandes nomes em nosso país, não podemos esquecer Varone e tantos outros que pavimentaram o caminho até aqui.



O ponto central que busco nesse breve texto, é colocar no âmago da discussão a seguinte pergunta: “Estamos nos valorizando e criando um caminho para a ascensão de uma mágica verdadeiramente brasileira, ou estamos apenas copiando os gringos e acreditando que eles são melhores em tudo?” É uma resposta individual, mas que vale a discussão em nosso meio. 



De maneira alguma iremos ignorar a influência que vem de fora. Ora, muita coisa boa é ensinada por nossos colegas do estrangeiro, mas não podemos consumir apenas eles e deixar de ir ao espetáculo de um mágico da nossa cidade; comprar todas as lectures da Vanishing e não valorizar uma ótima conferência de uma associação local. A finalidade aqui, é criar um abalo em nossas convicções e perceber que estamos valorizando muito pouco ou quase nada a imensa capacidade mágica e artística que se encontra nesse lindo país tropical.



Quem sabe o próximo Harry Houdini não vai se chamar José, Pedro ou João, quem sabe ele não sairá do interior do Brasil, da pequena e pacata cidade de Miracema do Norte, quem sabe ele... será você. Mas isso apenas irá acontecer, se realmente houver uma valorização da nossa mágica, da mágica brasileira, pelos mágicos brasileiros.


-João Victor Biolchi


 



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