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Tem que ser harmônico

Tem que ser  harmônico
12 de Abril de 2023   |  

                              A sua mágica é uma comédia ou um drama? Todos sabemos que a Arte Mágica é uma das muitas maneiras artísticas de se expressar, mas dentro deste gênero existem vários outros subgêneros, como cartomagia, mentalismo, mágica de salão e outros. E dentro destes subgêneros, ainda existem os vários estilos de se fazer mágica, seu show pode ter um estilo thriller, cômico, dramático, storytelling, musical, são inúmeras as maneiras de abordar e criar uma apresentação de mágica. E você, sabe qual o estilo da sua apresentação?


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                              Esse texto surgiu ao ver alguns mágicos que acabam misturando demais esses vários estilos, é claro que a mescla é sempre bem-vinda, mas talvez seja necessário ser mais primoroso em relação ao estilo da sua apresentação, caso contrário, acaba virando uma junção de várias coisas sem sentido, um verdadeiro “Frankenstein”.


 


                              Existem grandes clássicos da mágica que são impactantes e emocionantes sem utilizar nem uma palavra, apenas a música é necessária para criar a atmosfera perfeita para o artista. Existem outros mágicos como, por exemplo, o irreverente Mac King, que tem uma comédia bem trabalhada ao mesmo tempo que faz efeitos brilhantes e inovadores. No ramo da comédia ainda temos outros grandes nomes, como Penn & Teller que usam o bom e velho storytelling para compor apresentações que prendem os especatadores, e ainda tem o nonsense The Amazing Johnathan, inovador, que lançou especiais de comédia e mágica, e hoje é muito copiado por outro artista.


 


                              Saindo do estilo cômico, temos Criss Angel, com um teor mais bizzaro, podemos citar também o grande mentalista Max Maven que segue essa linha mais “sombria”. Enfim, a lista é enorme, existem os mais variados estilos de mágica e gêneros da arte se mesclando e criando coisas novas o tempo todo. Contudo, o que faz estes citados serem tão aclamados, é que eles conseguem juntar muito bem cada detalhe e definir a hora certa de ser dramático ou engraçado.


 


                              Para quem estuda mentalismo, já está acostumado com os clássicos efeitos do Derren Brown, onde ele está falando algo profundo, “científico”, “psicológico” e de repente, de maneira muito sorrateira, encaixa uma piada no melhor estilo britânico, à la Monty Python. Causando uma quebra que encaixa perfeitamente em seu show. Isso requer estudo, técnica, escrita, treino e muitas horas de palco para ficar natural.


 


                              A mescla de gêneros deve ser sempre utilizada, para criar uma textura de sentimentos em seu espetáculo, para criar cada vez mais camadas em sua arte. Entretanto, evite fazer um efeito de mentalismo, onde o seu texto traz a história dramática de algum espírito, e você fecha esse numero com uma piadoca de “peido”, não combina, simplesmente não combina. Claro que a arte é um ambiente livre, você pode e deve fazer o que quiser, mas antes de subverter as regras, busque conhecê-las


 


- João Victor Biolchi



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