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Seja disruptivo

Seja disruptivo
19 de Abril de 2023   |  

                         Disruptivo: que provoca ou pode causar disrupção, rompimento; que interrompe o seguimento normal de um processo; suspensivo; que tem capacidade para romper ou alterar; que rompe; rompedor. A mágica precisa desse pensamento, a mágica precisa ser rompida para que exista uma nova mágica.


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                        Nós, mágicos, estamos ligados ao clássico de uma maneira quase que inerente em nossa arte. A mágica tem esse “quê” de clássico, e tudo bem, faz parte dos nossos estudos esbarrarmos nessas nuances que formam a base da mágica. Entretanto, ficar preso nisso, te faz um artista que não reflete o seu tempo, um artista que está vivendo a época errada, e spoiler, geralmente não é um artista vivendo “à frente do seu tempo” e sim o contrário.


 


                        Veja bem, executar efeitos clássicos não tem nada a ver estar preso no passado, você pode fazer a “laranjeira de Houdin” e ter um texto inovador que caiba para os dias atuais. Contudo, você pode estar executando um efeito “novo”, utilizando um smartphone, e ficar arcaico, antiquado, velho e ultrapassado.


 


                        A mudança está muito mais ligada ao estilo de apresentação, ao roteiro do seu show, do que propriamente aos efeitos que você executa. Claro que, dependendo dos efeitos, eles também podem ficar ultrapassados e precisem de uma repaginada para fazer sentido para uma plateia em 2023.


 


                        Vejamos alguns exemplos de mágicos que foram ‘disruptivos’, Penn e Teller, por exemplo, trouxeram um estilo único para a mágica, envolvendo comédia e quase brincando com o “sagrado” que existia na mágica. David Blaine, por outro lado, foi inovado com seu estilo “deadpan”, “blasé”, ou como você queira chamar a indiferença presente na persona do artista, mesmo quando um prego lhe atravessa a mão. Podemos pensar ainda nos mágicos que criam apresentações filosóficas, com roteiros que casam perfeitamente com os efeitos e cada detalhe da apresentação é uma obra de arte.


 


                        A questão é, romper com velhos conceitos, transgredir antigos padrões, inovar, está muito mais ligado com o sentido da sua arte, do que com a quantidade de efeitos novos que você tem. Mágicas com piadas do século passado, pensamentos retrógrados, poses no estilo Copperfield, e principalmente, o não reconhecimento da sua arte enquanto arte, enquanto linguagem artística, isso faz a sua mágica continuar presa no passado.


 


                        Quebre os padrões, quebre as regras, quebre o estilo que você faz a 10 anos, veja o novo eclodir, veja a arte ser criada para a juventude. Nossa tão preciosa mágica não pode ser perder no tempo pelo preciosismo de alguns “classicistas”. Seja disruptivo.


- João Victor Biolchi



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