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O que nos aguarda no futuro da mágica?

O que nos aguarda no futuro da mágica?
29 de Setembro de 2021   |   Mágica

Qual o futuro da mágica? É razoável fazer esse questionamento, não apenas uma vez, mas sempre que houver tempo para a reflexão. Há alguns dias eu li um artigo na The Economist, de novembro de 2014, escrito por David Blaine, que trazia exatamente essa questão. Já se passaram quase sete anos, podemos dizer que estamos nesse futuro descrito por ele? Provavelmente sim, será que suas “previsões” e intuições sobre a mágica fazem algum sentido? É o que vamos descobrir ao longo deste texto.


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Blaine, abre sua escrita dando um panorama de como olhar para o futuro enxergando o passado. O que ele quer dizer com isso? Para entender o que vem pela frente, é necessário conhecer e pesquisar aquilo que já passou. De fato, isso faz sentido, é impossível pensar uma evolução da mágica sem que haja uma base boa e estruturada nos alicerces da história. Ele também ressalta como o passado é rico, citando como exemplo um antigo efeito de cartas de 1478, que mesmo antigo, funcionaria perfeitamente bem nos dias atuais.


Passando por diversos temas, o “mágico que engole sapos”, trata de acentuar a relação mágica/tecnologia que sempre foi necessária e vai continuar sendo. Nos traz belos exemplos de efeitos antigos que contemplam essa relação, como números valendo-se do eletromagnetismo utilizado por Jean Eugène Robert-Houdin, em 1856.


Sob o mesmo ponto de vista, David Blaine, fala da importância de uma pesquisa profunda para a criação de efeitos e espetáculos. Fazendo referência à sua viagem para as tribos Yanomami, onde buscou determinado conhecimento para incorporar em sua arte.


Contudo, o ponto principal para a resistência da mágica e o seu possível futuro, não está nos efeitos, na tecnologia ou algo do tipo. A questão mais importante deve, ou deveria ser, a relação do ilusionista com o seu público. Entender que a questão psicológica para criar vínculo e cativar, tem de ser imprescindível. Buscar compreender também, que o segredo não está necessariamente no método, mas sim em como os mágicos influenciam o que as pessoas pensam, utilizando suas próprias ideias preconcebidas do mundo ao seu redor para surpreendê-las.


Em suma, passaram-se sete anos, pouca coisa mudou, mas tudo mudou, depende do ponto de vista. Com a chegada da pandemia, é evidente que a forma como nos apresentamos ou assistimos espetáculos converteu-se drasticamente. Resiliência talvez tenha sido um ponto forte, mas o que mudou de fato, na estrutura do pensamento artístico? Talvez essa resposta seja mais individual do que parece.


Para finalizar, fique com o parágrafo final do artigo de Blaine, em uma tradução livre, seria algo como:



“Os detalhes mudarão e os métodos serão aprimorados, mas sabemos que os truques com cartas que teriam surpreendido Leonardo da Vinci ainda o surpreenderão. A esse respeito, a arte mágica pode trazer uma lição mais ampla para nossa era obcecada por tecnologia. Como em muitas profissões em 2015 e depois, é a habilidade primitiva de entender as pessoas, as percepções e os relacionamentos que cada vez mais importa.”


João Victor Biolchi



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