Textura. Nas artes visuais, textura pode ser definida “como a qualidade que as superfícies das formas possuem. Podem ser reconhecidas pelo tato ou pela visão, graças às representações gráficas”. Contudo, no meio mágico, textura pode ser bem mais do que isso. Você já viu mágicos fazendo efeitos incríveis, mas que depois de certo momento se torna algo repetitivo? Já sentiu estar no show e parecer que tudo está “meio igual”? É exatamente pela falta de textura, ou como você queira chamar, mas é pela falta da mescla dos efeitos e das emoções, que uma apresentação pode, e vai, ficar tediosa.

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                        Você pode gostar muito de baralho, pode sim fazer um show apenas com um deck de cartas, mas há de entender que existem caminhos a seguir, para que o show não fique monótono. Isso não corre apenas com o cartomago, é muito fácil deixar o show entediante, mesmo sendo algo com grandes ilusões. Um dos principais motivos para que sua apresentação cai na vala do tédio, é a falta de diferentes emoções, a tal “falta de textura”.

                        Gerar sentimentos é algo que precisa estar na sua lista de tarefas enquanto mágico, você precisa entender, ou ao menos buscar entender, o que cada efeito causa na plateia. É claro que isso pode mudar de show para show, mas em tese, você sabe que um determinado efeito gera espanto, agonia ou risadas. Não apenas entender quais sentimentos você vai gerar, você deve categorizar eles para mesclar e não deixar o show com uma única sensação.

                        Imagine que você faz 10 rotinas ao longo do show. Se todas elas forem sobre restauração, depois da segunda mágica, certamente você perderá a plateia. Mesmo que o efeito mágico seja diferente, um com baralho e outro com leões, se o caminho que a mente da pessoa percorre ainda for o mesmo, o tédio é certeiro. Mas como não cair nisso? Criando uma textura de sentimentos e sensações.

                        O texto de hoje é bem breve, pois ele é apenas um gancho para você realmente entender como separar os seus efeitos e depois mesclar eles de uma maneira que seja eficiente. O caminho que vou indicar é a tão famosa lista de Dariel Fitzkee, onde ele separa em 19 categorias os efeitos mágicos. Entender onde cada rotina sua pode se encaixar, é o pontapé inicial para trabalhar melhor todas as emoções de seu show e criar essa tal “textura”. Claro, não é apenas isso, mas vamos por partes. Começar é sempre o melhor caminho.

-João Victor Biolchi