Comparação, se existe algo que o ser humano gosta de fazer, ou ao menos está tendenciado a fazer, é se comparar com os demais. Entretanto, tal atitude pode ser muito destrutiva. Também pode ser edificante? Claro, mas tudo deve ser dosado e pensado. Será que você não está se comparando de maneira errada?

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                        Muito provavelmente, você que está lendo esse texto é mágico ou amante da arte do ilusionismo, então vamos falar da comparação neste universo que já é estabelecido para nós. Não importa o que você faça, sempre vai ter alguém melhor que você. Essa frase dói, mas é um ótimo ponto de partida, até porque ela não necessariamente é verdade, pode acabar acontecendo de você ser o melhor naquilo que faz, mas a comparação pode destruir isso. O que pretendo buscar com esse texto, é um olhar para a diferença, não apenas daquilo que se compara, mas da vida como um todo.

                        Infelizmente, a maioria de nós, tem aquela velha mania de “achar a grama do vizinho sempre mais verde”, e essa talvez seja uma das atitudes mais destrutivas que possamos ter. A história está repleta de pessoas que viveram a vida a beira do “abismo da comparação”, e quando digo a história, estou falando que a história de todos nós, pode ser assim. Afinal, quem não conhece ou é uma pessoa que vive se comparando?

                        Você pode passar dias treinando um novo efeito, em uma bela tarde você vai acabar esbarrando com um colega fazendo aquele efeito de maneira tão brilhante que sentirá vontade de não executá-lo mais, ou isso nunca lhe ocorreu?

                        Gostaria de percorrer um caminho que leve ao entendimento da boa comparação. Entende que não basta você estudar horrores, se você não atingir aquela meta que seu colega “estipulou”, você teoricamente se sente inapto para esta função? Essa atitude é tão limitante e comum, que começamos a normalizar este fato. Com o crescimento das mídias sociais então, a comparação cresceu de maneira exponencial.

                        Mas vamos aos fatos, por qual motivo não faz sentido você se comparar com ninguém? Ora, pelo simples fato de que pessoas são diferentes, possuem problemas diferentes, vidas diferentes e demandas diferentes. DIFERENTES. Não existe cabimento na comparação se o ponto de partida não for o mesmo. Como um mágico da periferia do Rio de Janeiro, sem estudos adequados, sem baralhos descentes, sem tempo de aprimoramento, terá o mesmo nível de um gringo que compra um Bicycle por 2,00$ e já nasceu tendo acesso à educação e bons livros de mágica?

                        Embora o exemplo citado seja de dois universos completamente diferentes, não é necessário ir tão longe. Mesmo que você se compare com alguém que possua uma realidade parecida, muitas vezes o seu trabalho pode consumir mais tempo, suas demandas psicológicas atrapalham o estudo, e por aí vai. O ponto é: não faz sentido se comparar se o caminho não é o mesmo, e de fato, o caminho nunca será o mesmo.

                        Com o tempo, passamos a entender que a evolução de cada um tem o seu percurso. É claro que não é para ignorar a evolução da mágica que está acontecendo no mundo, se trancar em uma caixa e nunca mais mudar ou progredir. Jamais fique parado. Contudo, entenda que o sue processo é único, que seu trajeto pertence apenas a você, e somente a sua realidade. Não se ache pior do que aquele que você admira, e obviamente não seja arrogante com aquele que não teve as mesmas condições que você.

                        Por fim, entenda que a comparação pode sim ser saudável, mas se feita de maneira correta. Busque ser melhor que ontem. Caminhe para uma evolução própria, onde seus desafios são pertinentes a sua realidade, onde você compara suas habilidades e percebe sua evolução ou onde ainda precisar dedicar mais estudo. Não deixe que o mundo roube sua força de vontade, apenas pelo fato de que você ainda não atingiu algo que almeja, mas também não fique parado, parte da mudança e da evolução, depende de você.

-João Victor Biolchi