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Automáticos e perfeitos.

Automáticos e perfeitos.
26 de Outubro de 2022   |  

                        Você executa algumas mágicas “automáticas”? É incrível como existe um absurdo preconceito em cima de alguns efeitos automáticos, como se tudo que fosse bom tivesse que ser o puro sleight of hand. É claro que um mágico precisa praticar e treinar os efeitos, mas existe um universo muito interessante em algumas mágicas automáticas, e é uma ótima maneira de criar coisas impossíveis na mão do espectador. Você ainda pode utilizar essa facilidade para aprimorar os seus roteiros e melhorar a sua atuação naquele efeito.


 


                              Os efeitos ditos automáticos, podem ser de grande valia para você buscar um trabalho mais profundo em seu texto, é obvio que em todos os efeitos é necessário você trabalhar e trabalhar muito no seu roteiro, esse texto é apenas um relato de uma experiência que também pode ser interessante para você.


 


                              Há alguns dias, senti que estava relativamente enjoado dos textos e das propostas que abordava em meus efeitos, isso é normal. Nossas opiniões mudam com o tempo, já dizia Kant “O sábio pode mudar de opinião, o idiota nunca”. Crescemos e enxergamos o mundo de outra maneira, obviamente isso reflete em nossos textos e produções artísticas, todavia, a vida é muito corrida para mexer em um texto que já funciona, certo? Erradíssimo, justamente pelo fato de a vida ser corrida, acho interessante abordarmos mais coisas em nossa arte, eu não quero morrer como um artista de apenas uma visão, com apenas uma ideia, e você?


 


                              Contudo, vivemos em um modo de vida que não nos deixa ficar parado nem apenas um segundo, é o trabalho, a faculdade, a família, os shows, os estudos sobre mágica, etc. Não encontrava tempo para lapidar uma ideia, e treinar os efeitos para os shows semanais, entendo que isso é uma falha que precisa ser concertada, mas era necessária uma intervenção mais imediata. Decidi então recorrer a um efeito que cabia em meu texto, mas era ume feito automático, depois de preparado era só entregar na mão da pessoa e pronto. Meio receoso, não estava confiante com a potencialidade da mágica em si, mas tive tempo, calma e oportunidade para trabalhar de maneira incrível o texto e envolver a pessoa na ideia que eu estava propondo.


 


                              A moral dessa história pode parecer ambígua, a ideia não é que você deixe seus treinos ou se esforce menos, mas é o fato de que as vezes precisamos entender que a vida é muito corrida e faz parte recorrer a alguns caminhos que não são perfeitos para o momento. Ouvi essa frase em um vídeo, e ela cabe perfeitamente aqui “faça muito ou faça pouco, mas faça algo”. É melhor dar o primeiro passo e ir adaptando, do que esperar o momento perfeito para iniciar algo. Não importa o método, importa a mágica.


-João Victor Biolchi



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