A originalidade é a base da arte. Essa máxima é um pouco forte, talvez confusa, mas é muito verdadeira. Não existe arte se tudo o que se faz é replicar, não existe arte se a sua mágica não foi pensada, se ela não tem sentimento. Se arte é manifestação, como pode alguém se manifestar apenas pelas palavras do outro?

                               A singularidade está mais importante do que nunca. Tem muita coisa acontecendo no mundo, muita gente produzindo e criando coisas a todo momento, é evidente que ideias vão se chocar e personas serão parecidas, contudo, ainda é possível buscar algo único nesse emaranhado de coisas iguais.

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                               É normal que no começo você acabe lembrando as suas referências, isso já foi dito nesse blog. Entretanto, chega um momento na vida de um artista, onde ele precisa decidir se seguirá sendo um cover ou se buscará sua própria identidade. Mas afinal, a mágica para ser algo original precisa ter uma mensagem? Você precisa criar do zero os seus efeitos?

                               Acredito que não, o efeito mágico por si só já é um evento, um acontecimento artístico. Contudo, a mensagem ou pessoalidade não está em contar uma história com aquela mágica, mas sim em tornar aquilo que todos fazem em algo que seja seu, algo único. Pode ser uma mudança na sequência da ambiciosa, pode ser uma boa história para o “out of this world”, e melhor ainda, pode ser tudo isso junto.

                               Eu, particularmente, adoro mágicos que contam histórias, acho muito interessante como mesclam o texto e o efeito. Porém, é possível notar a originalidade e a persona de qualquer bom mágico, seja ele um storyteller ou um storypenn (desculpe pela piada horrível). O simples fato de você não copiar a rotina e o texto de alguém, já te levará para um caminho de criação, e aí sim, entra o pensamento artístico.

                               Engana-se quem pensa que a performance é a única fase importante na mágica. O estudo e a criação, são tão importantes quanto, um não existe sem o outro, e caso exista, não é mágica, é apenas um “fazedor de truques”.

                               Busque outras referências, busque aquilo que apenas você tem, pode ser a sua cultura, a sua família, a sua história, a sua regionalidade. É absurdo como mágicos brasileiros se espelham tanto em gringos e não reparam na gigantesca gama de opções culturais que temos em nosso país. Um bom passo para se diferenciar, é olhar para si e ver o que pode ser criado de dentro para fora.

                               Se arte é expressão, como você se expressa usando a voz do outro?

- João Victor Biolchi