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Estética e sentimento.

Estética e sentimento.
03 de Agosto de 2022   |  

                        Você conhece o seu estilo e a sua estética? Você tem uma definição clara sobre cores, texturas e objetos da sua cena? Muitas vezes, adicionamos elementos em nosso show que não combinam em nada com a proposta que queremos oferecer. Ficou confuso com o tema? No texto de hoje nós vamos falar sobre a estética da sua arte.


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                        Quando pensamos na estética de uma apresentação, é necessário entender que tudo que compõe o seu show, faz parte dessa esfera que compreende a música, o figurino, cenário, adereços, gimmicks e sua persona. Tudo isso, mesclado e somado, cria a proposta da mensagem que você quer passar.


                        Entenda que aqui, não estamos tratando da estética como uma noção de algo belo, sublime ou grotesco. Não cabe a discussão do belo, e sim a discussão das combinações escolhidas. Você pode sim, seguir algo que leve para um lado mais grotesco e excêntrico, o que importa é a harmonia entre cada ponto de sua apresentação.


                        Antes de definir essa possível estética, você precisa se conhecer e entender “que tipo de mágico você é”, e principalmente, que tipo de mensagem você quer passar. A ideia inicial deste texto, é fazer você pensar e se indagar sobre a aparência que a sua obra revela. Vamos seguir agora com alguns exemplos para que o assunto fique ainda mais claro.


                        Fulano é um mágico que quer ser um mentalista, mas não qualquer mentalista. Ele busca um estilo mais sombrio, com toques de “paranormalidade”. Logo, seu figurino, música e cenários precisam retratar essa mensagem que o artista deseja passar. Contudo, Fulano ainda compra muitos gimmicks prontos, copia shows de terceiros e simplesmente incorpora uma rotina em seu espetáculo. Em uma apresentação, ele acaba utilizando equipamentos cheios de glitter, coloridos e brilhosos. Entende como esse pequeno detalhe quebra toda a ideia da estética inicial?


                        O mesmo aconteceria se um mágico de roupa toda preta, sombra nos olhos e música dramática fosse fazer um show infantil. A mensagem e a mágica não estão apenas no efeito, mas sim na apresentação como um todo.


                        O Max Maven é o Max Maven não apenas por seus efeitos, mas pelo todo que ele transmite e representa. O mesmo ocorre com Tamariz, já imaginou aquela alegria toda ao som de Nocturne Op. 9 Nº 2 de Chopin, com uma luz baixa e um teatro todo escuro? Ficaria estranho, pois existe um desencontro entre cada fragmento do espetáculo.


                        O primeiro passo é se encontrar, entender o seu estilo e sua persona, entender qual tipo de mágica você quer fazer e o que gostaria de transmitir. Vale ressaltar que essas escolhas não são eternas, você pode mudar mil vezes se quiser, é até melhor experimentar. Mas quando criar um ato, uma rotina, entenda que a estética do show pode e vai transmitir uma mensagem.


                        E claro, a arte é um ambiente livre, se você quer fazer algo que mescle várias coisas, se essa for a sua intenção, você pode e deve fazer o que bem entender. Siga suas inspirações e misture cores e estilos se essa for a sua vontade, seja verdadeiro com o que você pensa e quer. A dica é, conheça as bases para depois “pirar” como quiser. Na arte você pode tudo, só não pode qualquer coisa.


-João Victor Biolchi



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